Como é eleito um Deputado

A resposta parece ser óbvia, mas é bem diferente do que muitos imaginam. Por outro lado, explica casos “estranhos” de candidatos muito votados que não são eleitos, enquanto alguns poucos votados são. No Brasil temos duas formas de eleição, que são pelo Voto Majoritário e pelo Voto Proporcional. E, na hora de votar, é importante saber disso, pois influenciarão diretamente em quem será escolhido.

Primeiro, vamos ao mais simples para depois entendermos como funciona o proporcional, que é um pouco diferente:

Pelo voto majoritário é eleito o candidato com maior número de votos, bem como diz o próprio nome. Para presidente, governador e prefeito (cargos executivos), vale a regra que o candidato deve possuir 50% dos votos mais 01 para ser eleito. Caso não consiga isso no primeiro turno, ocorre o segundo turno, em que disputam os dois primeiros colocados e vence aquele com a maioria dos votos válidos. Entra também na regra do voto majoritário os candidatos a senador (sem segundo turno).

Já para os cargos legislativos, que são os vereadores, deputados estaduais e federais, vale a regra do Voto Proporcional. Alguns nomes são importantes para entender como funciona. Vamos usar o exemplo para a eleição de um candidato federal (as regras são as mesmas para os outros cargos, em suas devidas proporções numéricas):

Coeficiente Eleitoral: É o número de votos válidos de um Estado dividido pelo número de cadeiras para aquele Estado na Câmara Federal (cada Estado tem um número diferente, de acordo com o número de eleitores). Usando números hipotéticos, vamos supor que um Estado chamado Brasilis possua 100.000 votos válidos e tem direito a 10 cadeiras (o número de cadeiras é pré-estabelecido). Dividindo um pelo outro, o Coeficiente Eleitoral de Brasilis é de 10 mil. Portanto, para se eleger UM candidato, o partido/coligação necessita de 10 mil votos. Logo, para eleger dois, ele precisa de 20 mil votos e assim por diante.

Porém, como são necessários somente 10 mil votos, se um candidato sozinho receber 20 mil votos, esses dez mil “restantes” são automaticamente passados para o segundo mais votado do partido/coligação, somando aos seus votos, não importando quantos o segundo lugar possui. Se receber sozinho 30 mil, os 20 mil “restantes” são passados para o segundo e terceiro mais votados e assim por diante. Portanto, note que os votos vão para o partido/coligação e não, necessariamente, para um só candidato em si. Isso explica porque muitas vezes vemos situações em que um candidato pouco votado é eleito e um muito votado, de outro partido, não. É porque esse que foi pouco votado “puxou” votos de um que foi muito votado. Esses candidatos que atraem muitos votos são chamados de “puxadores de votos” e são fundamentais para eleger candidatos do partido/coligação.

Coeficiente político

Uma vez recebido os votos, o coeficiente político é o número de cadeiras que o partido/coligação receberá. Portanto, no nosso exemplo, sendo o coeficiente eleitoral igual a 10 mil votos, se um partido recebe 30 mil votos, o seu coeficiente político será igual a 3. Portanto, elegerá três candidatos da coligação/partido.

Partido/coligação

A coligação é a união de partidos afins em época eleitoral. Na formação de coligação, os partidos mantêm a sua autonomia e identidade, porém, aqueles que possuem ideologias próximas se unem nas eleições para aumentarem o número de votos recebidos e, assim, aumentarem as chances de elegerem candidatos. Também, coligações podem lançar candidatos únicos, como governador e presidente, ao invés de cada partido lançar o seu.

Qual a vantagem do voto proporcional?

É comum pessoas se sentirem enganadas ao entenderem como funciona o voto proporcional. Mas isso acontece por sempre acreditarem que o voto para deputados e vereadores também é majoritário. Porém, é de fundamental importância para que se mantenha um equilíbrio dentro das Câmaras e Assembleias. Caso contrário, somente partidos majoritários e com muita verba seriam capazes de eleger seus representantes e, assim, teriam maioria em suas cidades e Estados.

Portanto

Sabendo disso, tome mais cuidado e não vote em qualquer um, como no candidato do primeiro santinho que encontrar no chão. Analise seus candidatos, seus partidos e vote realmente com consciência em quem está disposto a fazer diferença na Assembleia e Câmara.




Comentários

  1. Olá!
    Venho acompanhando seus comentários no twitter e, concordo perfeitamente com você. Vc é uma pessoa séria e coerente.
    Mas apesar de eu também não gostar muito do Serra, (votei na Marina), vc há de concordar que temos que fazer um voto contra não é?
    Não podemos permitir que aquela mulher ganhe! Eu NUNCA gostei do PT. Já fui severamente castigada por não gostar do PT. Até dentro da minha família fui discriminada, por ocasião da primeira eleição do Lula. Todos viraram a cara comigo. MAS EU SABIA QUEM ERA ELE E O PT!!!
    Apesar da idade, eu estou me formando em Letras pela UNESP, de S.J. do Rio Preto. Eu nem podia abrir a boca na faculdade pra falar contra o PT. TODOS viraram a cara comigo. Foi horrível eu me sentia uma ET!!!
    Mas o tempo foi provando que eu tinha razão e aos poucos as pessoas foram se conscientizando.
    Minha classe votou em peso na Marina, minha família também...Mas agora eu não vejo opção! Voto contra o PT, não em Serra. Se ele ganhar vou cobrar, vou brigar, etc. Esta é a vida!
    Um grande abraço
    http://marciagrega.blogspot.com

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Seu comentário é muito importante aqui. Ao comentar você nos incentiva a continuar nosso trabalho. Responderei neste mesmo espaço. Vamos prosear...

Postagens mais visitadas deste blog

Presidente da Câmara de Dorval recusa abolir a carne de porco do menu das cantinas das escolas

PT - Ideologia abandonada, identidade perdida

A BUNDA dos cavalos na Tecnologia moderna...