Diário de Pernambuco noticia a campanha #DoeUmLivroNoNatal



Do virtual para o real

Ações sociais conquistam espaço no perfil dos seguidores no Twitter. De tuitada em tuitada, cresce a pilha de livros para doação no Natal obtida em campanha de uma educadora


A meta de 100 mil livros arrecadados até janeiro pode parecer pretensiosa. Quem vê a professora Laura Furquim Werneck magrinha, aparentemente tímida, pode até duvidar de que a campanha que ela organiza consiga o objetivo. Mas a ação surpreende: surgiu na surdina e foi crescendo como uma bola de neve montanha abaixo. Hoje, no Twitter, as mensagens do perfil Doe um livro no Natal são retuitadas por celebridades como Serginho Groisman e Maria Rita - a partir disso, o número de seguidores engajados explode.

Já são cerca de 4 mil pessoas seguidoras do perfil. A cantora, aliás, acaba de oferecer um show à causa: quem for à apresentação que ela fará no Rio de Janeiro, no próximo sábado, paga meia-entrada se doar um livro para a campanha.

Foi assim que a bola de neve do Doe um livro no Natal já virou avalanche, como a organizadora explica: "Cada vez que uma celebridade como (os apresentadores) William Bonner, Serginho Groisman e o (José Luiz) Datena citam a campanha, ganhamos de 100 a 200 seguidores". A visibilidade que os famosos têm no Twitter é paradoxo da ferramenta, em teoria calcada na possibilidade de dar voz a todos: celebridades usam o microblog como se fosse a TV - apenas falam, quase não escutam e continuam formando opinião. O que importa aos agitadores de causas como a Doe um livro... é o barulho que esses famosos ajudam a fazer.

O microblog também é alvo de críticas daqueles que acreditam que movimentos surgidos no Twitter nascem, crescem e morrem por ali mesmo. Foi assim com o #forasarney. O presidente do Senado continua onde estava antes que mensagens com esse tópico tomassem a rede. "Movimentos assim ficaram restritos ao Twitter. O bacana da campanha de doação de livros é que ela parte do mundo virtual, mas pretende gerar frutos palpáveis no mundo real", defende Laura. Para isso, a batalha envolveu parcerias fundamentais.

O que une todos os parceiros é a divulgação eletrônica, sem nenhum custo, além das conexões à internet de que já dispõem os envolvidos. Laura conta que a campanha foi criada inicialmente por Heber Dias Souza (@prosapolitica). "No início era só um blog, e quando colocamos no Twitter, ganhou essa dimensão. Cada pessoa leva a ideia para a sua própria rede e assim a coisa vai se expandindo", conta Laura. A campanha ganhou fôlego também quando José Luiz Goldfarb, curador do Prêmio Jabuti, aderiu, como divulgador.

Todas as causas - Com cerca de 430 mil seguidores, o @twitcause, perfil criado em São Francisco (EUA) há quatro meses, é um fenômeno. Livremente inspirado no sucesso do correspondente americano, o @twitcausa, primo brasileiro, começa a agitar a tuitosfera nacional. A nossa versão ainda engatinha: tem três semanas de vida e cerca de 2 mil seguidores. Em comum, a vontade de dar visibilidade a causas sociais e ecológicas que podem ganhar fôlego e adeptos no Twitter.

"No perfil internacional, eles se dedicam semanalmente às causas. Nossa atualização é mais constante, preferimos um modelo mais dinâmico", compara Mauri Helme, empresário de São Paulo que criou o Twitcausa a partir de um desejo de realizar um trabalho voluntário somado à falta de tempo. Agora, ele reserva alguns minutos, algumas vezes ao dia, à tarefa de garimpar campanhas e iniciativas nobres. A exemplo da edição americana, a versão brasileira deve ganhar também um blog. Enquanto isso não ocorre, o Twitter é a única plataforma em que a ideia está presente. Para Helme, já seria suficiente: "O potencial é muito grande". O Twitcausa recebe sugestões de causas a serem seguidas, pelo e-mail twitcausa@gmail.com.


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