Pedro Simon está decepcionado com os rumos da política brasileira

O senador Pedro Simon (PMDB-RS)apenas resumiu em uma frase tudo o que se vem dizendo nestes últimos tempos a respeito da política nacional: "Ficou provado que no Brasil não se apura nada." Nenhuma novidade... Novidade seria ele anunciar que está deixando o PMDB para filiar-se a algum partido que esteja menos contaminado pelo vírus do poder. A promiscuidade do PMDB o tem levado a protagonizar (e nos fazer agonizar) as mais obscenas cenas da política nos últimos tempos. É bom que se diga que Simon é boa gente, homem preparado, descendente de libaneses, advogado, professor universitário (com passagens pela Sorbonne e Sapienza di Roma), católico (homem religioso) é PMDB legítimo, quer dizer, antigo da legenda. Mesmo sendo oriundo do PTB (1958) Getulista, migrou para o MDB logo após o golpe militar de 1964. Ele é dos tempos (bons tempos) de Ulysses Guimarães, seu velho e bom companheiro. José Sarney, por sua vez, e oriundo da UDN, foi líder do governo Jânio Quadros na Câmara dos Deputados, foi presidente da ARENA e do PDS (PFL), e só recentemente veio a se filiar ao PMDB. Ou seja, enquanto o PFL era a base de apoio do PSDB (e era governo) ele estava lá. Depois, essa função passou a ser exercida pelo PMDB em relação ao PT e ele, convenientemente, migrou para o governo novamente, filiando-se à legenda da qual foi antagonista por toda sua história política. Não é difícil de entender porque o PMDB virou o que virou. Um balaio de ratos (não de gatos).

Em tempo: Para quem não entendeu os olhares luciferianos de Fernando Collor para ele, em episódio recente no senado, é só lembrar que ele foi coordenador e membro titular da comissão parlamentar mista de inquérito que levou ao impeachment do ex-presidente (CPI do Impeachment) em 1992 sendo escolhido a seguir como líder do governo Itamar Franco no Senado Federal.



'No Brasil não se apura nada', diz Simon sobre Sarney e Palocci

Da AE

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) resumiu ontem com uma frase o arquivamento das denúncias contra o deputado Antonio Palocci (PT-SP), no STF (Supremo Tribunal Federal), e das denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética.

"Ficou provado que no Brasil não se apura nada", afirmou. Simon esteve em São Paulo, onde participou de evento organizado por estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP). Respondendo a perguntas dos alunos e professores, o senador gaúcho foi provocado e respondeu no mesmo tom. "Se houvesse movimento da sociedade, duvido que o Sarney não teria renunciado", desafiou.

Questionado sobre o que seria necessário fazer para "reverter o problema da impunidade no País", avisou que é preciso uma manifestação de "fora (do povo) para dentro (do Congresso)". Esta seria a única saída possível. "Se Jader (Barbalho) e Renan (Calheiros) renunciaram e não aconteceu nada, com Sarney é que não vai acontecer nada mesmo", lamentou.

Simon lembrou dos recentes casos de corrupção na Inglaterra, em que os deputados foram punidos. Recordou a Operação Mãos Limpas, que resultou em cassações na Itália. E sublinhou que no Brasil ninguém é julgado. "Porque de dentro do Congresso e do Supremo Tribunal Federal não vai sair nada. Do presidente Lula não vai sair nada. E não adianta destituir o Conselho de Ética, porque o STF acaba arquivando tudo", observou.

PMDB E PT - "O comando do PMDB se vende para quem pagar mais", disse Simon, sobre a eleição do ano que vem. "O PMDB vai mamar nos braços de quem ganhar", anotou, referindo-se à candidatura petista da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e à candidatura tucana ainda não definida entre os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).

O senador gaúcho, que não poupou críticas a seu próprio partido, logo foi perguntado por qual motivo não deixava a legenda. "Porque represento o antigo MDB", afirmou, resignado.

Empolgação sobre 2010 apenas com a possível candidatura da senadora Marina Silva (sem partido-AC) pelo PV. Para Simon, ela "dá outro caráter para a disputa" e "vai mudar o tom da campanha". "Sai de cena o conteúdo do qual o povo já está de saco cheio", disse.

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